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Principais Tendências para a Logística em 2025

Emergentcold
dezembro 18, 2024

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O setor de logística em 2025 será marcado por mudanças transformadoras impulsionadas por transições geopolíticas, demandas ambientais, avanços tecnológicos e dinâmicas de mercado em evolução. Essas forças estão redefinindo cadeias de suprimentos, modelos operacionais e investimentos em infraestrutura globalmente. Esta análise se aprofunda nas principais tendências que moldam o setor e suas repercussões para os atores desse meio.

principais tendências para a logística em 2025

1. Tensões Geopolíticas e Realinhamentos Comerciais

Os eventos geopolíticos seguem exercendo uma influência significativa nas rotas comerciais e nas estratégias logísticas. Perturbações em regiões críticas, como o Mar Vermelho, e desafios no Canal do Panamá destacam a vulnerabilidade do setor aos choques externos.

Crise do Mar Vermelho

A atual crise do Mar Vermelho obrigou as principais companhias marítimas a desviar pelo Cabo da Boa Esperança, aumentando o tempo e os custos de transporte mundial. Esse desvio absorve aproximadamente 5% da capacidade de transporte mundial, acarretando taxas de frete mais elevadas e sobrecarga na disponibilidade de embarcações.

Desafios do Canal do Panamá

A escassez de água causada pelas mudanças climáticas e por anos de subinvestimento limitou a capacidade do Canal do Panamá, com restrições de calado e horários de tráfego reduzidos. Um plano de investimento de 8,5 bilhões de dólares visa a resolver essas questões, mas as limitações devem persistir até 2025.

Lições estratégicas:

  • Diversificar as cadeias de suprimentos: desenvolver rotas comerciais alternativas para minimizar a dependência de pontos de estrangulamento vulneráveis.
  • Colaborar em soluções globais: defender investimentos internacionais na infraestrutura crítica para reduzir os gargalos comerciais.

2. Sustentabilidade e Logística Verde

A sustentabilidade passou de responsabilidade corporativa para necessidade empresarial. As regulamentações, as expectativas dos stakeholders e os benefícios de custo impulsionam operações mais ecológicas em toda a cadeia de valor da logística.

Impulso regulatório

O Regime do Comércio de Licenças de Emissão da UE (RCLE-UE) exige que as companhias de transporte marítimo compensem 70% de suas emissões até 2025, impulsionando o setor para combustíveis e tecnologias menos poluentes. Além disso, a designação do Mediterrâneo como Área de Controle de Emissões (ECA) ressalta a transição mundial para combustíveis com baixo teor de enxofre.

Inovações operacionais

Práticas inovadoras, como o ajuste das temperaturas de armazenagem de produtos congelados para economizar energia e a integração de energia renovável às operações, estão ganhando força. Empresas como a MSC lideram a transição com investimentos em frotas centrados na sustentabilidade de longo prazo.

Lições estratégicas:

  • Adotar combustíveis menos poluentes: fazer a transição para biocombustíveis, hidrogênio e metanol verde para atender às exigências regulamentares.
  • Otimizar o uso de recursos: usar tecnologias com eficiência energética para reduzir as emissões e os custos operacionais.

3. Ruptura tecnológica: logística inteligente

A tecnologia continua redefinindo a logística, aumentando a eficiência, a transparência e a resiliência.

Padronização de dados e contêineres inteligentes

Com 74% dos dados logísticos padronizados até 2025, a integração total entre as cadeias de suprimentos está se tornando realidade. Os contêineres inteligentes, capazes de rastreamento e monitoramento das condições em tempo real, são essenciais para aumentar a transparência operacional.

Insights orientados por IA

A inteligência artificial está melhorando a análise preditiva, possibilitando que as empresas antevejam as perturbações, otimizem as rotas e simplifiquem a gestão dos estoques.

Declaração obrigatória

Novas regulamentações, como a obrigatoriedade de declaração de perdas de contêineres pela OMI a partir de 2025, prometem aumentar a segurança e a responsabilização.

Lições estratégicas:

  • Investir em IoT: implantar sistemas de rastreamento inteligentes para visibilidade em tempo real e melhor tomada de decisões.
  • Utilizar IA e análise: usar ferramentas preditivas para mitigar riscos e otimizar operações.

4. Logística de Cadeia de Frio: Escala para o Crescimento

A logística da cadeia de frio enfrenta uma demanda sem precedentes, impulsionada por setores como o de produtos farmacêuticos, alimentos e produtos perecíveis de alto valor. As empresas estão expandindo a infraestrutura e adotando tecnologias avançadas para atender aos padrões de qualidade e regulatórios.

Eficiência energética e de custos

As operações de cadeia de frio de alto consumo energético se valem cada vez mais de fontes de energia renováveis e de sistemas de monitoramento digital para reduzir o impacto ambiental e os custos.

Lições estratégicas:

  • Expandir a capacidade: investir em instalações escaláveis para atender à crescente demanda.
  • Melhorar os sistemas de monitoramento: usar ferramentas de automação e IoT para rastreamento em tempo real e controle de temperatura.

5. Dinâmica dos Mercados de Frete: Adaptação à Volatilidade

Os mercados de frete estão se ajustando após a pandemia, com limitações na capacidade e taxas flutuantes marcando o panorama.

Volatilidade nas taxas

As taxas de frete spot estão aumentando, impulsionadas por fatores como rupturas geopolíticas, aumento da demanda e capacidade limitada. As companhias marítimas estão adotando estratégias de “Transporte de Contêineres 3.0”, centradas na precificação dinâmica e na formação de alianças.

Lições estratégicas:

  • Adotar modelos de preços flexíveis: responder às flutuações do mercado com estratégias de precificação dinâmica.
  • Elaborar planos de contingência: desenvolver resiliência para gerenciar a volatilidade das taxas e perturbações.

6. Mão de obra e dinâmica trabalhista

A dinâmica trabalhista é cada vez mais crítica, à medida que a automação redefine as funções e os sindicatos resistem à mudança.

Resistência sindical

Os sindicatos, principalmente na América do Norte, se opõem à automação portuária devido a preocupações com a segurança do emprego. Essas disputas levam a greves e afetam a produtividade.

Iniciativas de requalificação

À medida que a automação se torna parte integrante da logística, as empresas se concentram em requalificar a mão de obra para lidar com tecnologias avançadas.

Lições estratégicas:

  • Promover o diálogo com os sindicatos: conciliar as iniciativas de automação com as preocupações trabalhistas.
  • Investir em programas de treinamento: capacitar os funcionários com habilidades para funções baseadas em tecnologia.

7. Modernização da Infraestrutura

À medida que os volumes do comércio aumentam, a infraestrutura portuária deve evoluir para suportar embarcações maiores e movimentação maior de carga.

Automação e expansão portuária

Portos em regiões como a América Latina estão investindo em automação e aumento da capacidade para atender à crescente demanda. Porém, a resistência à automação em países como os EUA retarda o progresso.

Investimentos no Canal do Panamá

A modernização da infraestrutura do Canal do Panamá, incluindo-se o desenvolvimento da bacia hidrográfica e usinas fotovoltaicas, é essencial para manter seu papel como polo de comércio mundial.

Lições estratégicas:

  • Expandir e automatizar: modernizar os portos para aumentar a eficiência e acomodar embarcações maiores.
  • Focar na sustentabilidade: integrar soluções de energia renovável a investimentos em infraestrutura.

8. Regionalização e Nearshoring

A pandemia acelerou a tendência de nearshoring (transferência de operações para países próximos) enquanto as empresas buscavam desenvolver cadeias de suprimentos resilientes. Em 2025, o México emerge como polo essencial do comércio regionalizado da América do Norte.

Vantagens do nearshoring

O nearshoring encurta as cadeias de suprimentos, reduz a dependência de fornecedores distantes e minimiza os riscos de tensões geopolíticas.

Lições estratégicas:

  • Utilizar polos regionais: usar o nearshoring para aumentar a capacidade de resposta e reduzir os prazos de entrega.
  • Diversificar as redes de fornecedores: minimizar a dependência de fornecedores únicos para mitigar riscos.

9. Tecnologias Emergentes: logística pronta para o futuro

Inovações tecnológicas como blockchain, veículos autônomos e drones estão prontas para transformar a logística.

Blockchain para transparência

A tecnologia blockchain possibilita registros seguros e invioláveis, aumentando a confiança e a eficiência nas transações da cadeia de suprimentos.

Soluções autônomas

Os veículos autônomos e os drones estão redefinindo a last-mile delivery (entrega de última milha), aumentando a velocidade e reduzindo custos.

Lições estratégicas:

  • Implementar blockchain: usar blockchain para documentação e prevenção de fraudes.
  • Testar projetos de automação: explorar drones e veículos autônomos para eficiência operacional.

10. Segurança cibernética: proteção da cadeia de suprimentos digital

O advento da digitalização tornou a logística mais vulnerável a ataques cibernéticos. Os incidentes cibernéticos marítimos aumentaram, com mais de 80% oriundos de agentes estatais hostis.

Protocolos de segurança melhorados

As empresas estão investindo em medidas robustas de segurança cibernética, inclusive sistemas de detecção de ameaças com IA e treinamento de funcionários.

Lições estratégicas:

  • Fortalecer a segurança cibernética: empregar ferramentas e protocolos de segurança avançados para proteger os ativos digitais.
  • Educar os stakeholders: conscientizar sobre os riscos cibernéticos e garantir a conformidade com as melhores práticas.

Conclusão: Um Caminho Estratégico para o Futuro

O setor de logística em 2025 passa por profundas transformações impulsionadas por forças externas e inovações internas. Tensões geopolíticas, demandas de sustentabilidade, avanços tecnológicos e dinâmicas trabalhistas estão remodelando o panorama, oferecendo tanto desafios quanto oportunidades para os atores do setor.

Recomendações para os líderes do setor:

  1. Priorizar a sustentabilidade: adotar práticas ecológicas, desde combustíveis alternativos até tecnologias com eficiência energética.
  2. Utilizar a tecnologia: investir em ferramentas inteligentes de logística para aumentar a visibilidade, a eficiência e a satisfação do cliente.
  3. Expandir a infraestrutura: modernizar portos e instalações para acomodar o futuro crescimento do comércio.
  4. Promover a resiliência: desenvolver cadeias de suprimentos adaptáveis para lidar com perturbações e manter a competitividade.
  5. Engajar os stakeholders: conciliar os avanços tecnológicos com as necessidades da mão de obra e as preocupações trabalhistas.
recomendações estratégicas para a logística

Ao encarar essas tendências de forma proativa, as empresas podem garantir sua posição em um mercado mundial cada vez mais competitivo e dinâmico.

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Contribuição: Rafael Rocha – Vice-presidente Comercial Emergent Cold LatAm

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